A Polícia Federal, em cooperação com a Corregedoria da Receita Federal do Brasil (RFB), lançou na quarta-feira (06/11) a Operação “Entreposto”, visando desarticular um esquema criminoso conduzido por servidores da Receita Federal que usavam suas posições para desviar e se apropriar de mercadorias apreendidas em fiscalizações. Essas mercadorias eram posteriormente reinseridas no mercado informal de forma ilegal.
A operação mobilizou aproximadamente 90 agentes federais e 16 membros da Corregedoria da RFB, resultando no cumprimento de nove mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão. Além disso, houve o sequestro de 22 imóveis e 24 veículos e o bloqueio de contas bancárias dos suspeitos, totalizando cerca de R$ 37 milhões em bens e valores retidos. As ordens judiciais, emitidas pela 2ª Vara Federal de Santa Maria/RS, foram executadas em Pelotas, Santa Maria, Lajeado, Braga, Santo Augusto e Chapecó/SC.
A investigação teve início após uma comunicação interna da Superintendência da Receita Federal no Rio Grande do Sul à Corregedoria da RFB, desencadeando um inquérito pela Polícia Federal. De acordo com as investigações, servidores envolvidos no esquema falsificavam registros de apreensão, assegurando que apenas uma parte das mercadorias fosse oficialmente armazenada no depósito da Delegacia da RFB em Santa Maria/RS, enquanto o restante era desviado.
Essas mercadorias eram vendidas por um grupo de particulares, que repassavam parte dos lucros aos servidores como comissão. Esses particulares, associados aos agentes públicos, têm histórico de crimes de contrabando e descaminho e já foram alvo de várias autuações pelo próprio órgão fiscalizador.
Além disso, as apurações revelaram o envolvimento de um policial militar de Santa Catarina, integrante da área de inteligência do órgão, que não só ajudava na execução das abordagens como também participava da venda e redistribuição dos produtos desviados.
A Operação Entreposto está investigando crimes de peculato, facilitação de contrabando ou descaminho, lavagem de dinheiro e organização criminosa, e as investigações continuam para identificar todos os envolvidos e aprofundar a análise das transações e comunicações entre os suspeitos.
Fonte: Polícia Federal