Enquanto muitos alunos estão sem aulas por causa da greve da rede estadual, estudantes de uma escola de Jaguarão, no Sul do Rio Grande do Sul, tiveram que parar porque a estrutura foi interditada. Em um dos prédios do Colégio Estadual Carlos Alberto Ribas, apenas o primeiro piso está liberado (veja na reportagem).
O segundo e terceiro andar estavam interditados desde 2014. Além das rachaduras e das infiltrações, há problemas também no teto e no piso. Apenas o primeiro andar seguiu funcionando, onde fica a parte administrativa.
No entanto, no início deste ano, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico e Nacional (Iphan) interditou o prédio, que é tombado, e só vai poder funcionar depois que for restaurado. “A escola está tomando todas as providências que lhe cabe para que essa situação se resolva o quanto antes”, afirma a professora Carla Coelho.
Porém, as péssimas condições do prédio têm deixado os pais preocupados. “Causa insegurança para nós de que possa acontecer alguma coisa e que nossos filhos estejam aqui na escola nesse momento, né?”, diz Marinela da Silva, mãe de uma aluna.
De acordo com a direção, as aulas só serão retomadas depois que um novo prédio for alugado. Uma casa ao lado seria a alternativa. Custaria R$ 10 mil mensais ao estado e atenderia todas as necessidades da instituição. Mas por enquanto nada foi resolvido.
Alguns pais procuraram o Ministério Público. Na semana passada, a direção da escola foi chamada para conversar com a promotora, que tomou conhecimento do laudo do Iphan.
“A decisão é de abril, uma decisão de desocupação imediata. Então, quando eu tomei ciência disso, chamei elas aqui na promotoria para a gente conversar e sugeri que elas cessassem imediatamente as atividades letivas na escola”, explica a promotora de justiça Cláudia Pegoraro. “A gente precisa pressionar de alguma maneira né. Eu não posso esperar uma tragédia aqui para depois lamentar”, continua.
Agora, a comunidade escolar aguarda o estado concretizar o aluguel do novo local para que o ano letivo possa seguir. “A nossa escola ironicamente era a que praticamente não estava em greve, apenas dois professores estavam em greve e ironicamente é a que está tendo que parar por descuido, mais uma vez dos nossos governantes”, lamenta o professor Jáqueson da Silva.
Ana Luíza está no terceiro ano e faz planos para a faculdade de veterinária. Mas agora está insegura. “A gente fica preocupado de não vencer todo conteúdo, de faltar alguma coisa importante e não conseguir finalizar tudo antes do Enem”, comenta a aluna.
Fonte: G1