Uma cerimônia nesta segunda-feira, transmitida pela internet e realizada em Porto Alegre, oficializou a homologação do novo calado do Porto de Rio Grande. Com a remoção de mais de 16 milhões de metros cúbicos de sedimentos, o calado operacional do chamado canal interno, onde estão os terminais portuários mais importantes e com o maior fluxo de cargas, passou de 12,8 metros para 15 metros (mais do que o previsto inicialmente, que era 14,5 metros). Com isso, o complexo pode receber embarcações de até 366 metros – uma diferença de 29 metros em relação à capacidade anterior, de 337 metros.
O contrato original da dragagem foi assinado em julho de 2015 e o consórcio vencedor da disputa para realizar o serviço foi formado pelas empresas Jan de Nul do Brasil e Dragabrás, que fecharam na época o acordo por R$ 368,6 milhões (recurso proveniente da União). Porém, conforme informações do governo federal, o aporte final ficou próximo de R$ 500 milhões.
O evento, no Palácio Piratini, contou com as presenças do governador Eduardo Leite, do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e do superintendente dos Portos do Rio Grande do Sul, Fernando Estima, entre outras autoridades.
Após oficializar o aumento de seu calado, o porto de Rio Grande elabora para 2021 a licitação de áreas para movimentação de cargas como arroz, veículos, granéis sólidos e líquidos, entre outros itens. Neste momento inicial, estão em fase adiantada para serem leiloadas pelo menos cinco espaços, que somam em torno de 225 mil metros quadrados (a maior delas é a do pátio automotivo, com 102 mil metros quadrados). Também deverão ser postos em disputa mais dois terrenos no porto de Porto Alegre e outro em Pelotas, os dois primeiros alcançando cerca de 42 mil metros quadrados (ficam situados onde se encontra a Cesa e a empresa Serra Morena) e o último 21 mil metros quadrados.
O superintendente Fernando Estima detalha que o empreendimento pelotense trata-se do terminal de toras de madeira operado pela CMPC, que fez um contrato transitório e agora vai a leilão, mas com a tendência que seja arrematado pela própria companhia que já atua no local. Quanto a Rio Grande, o diretor de portos interiores da Superintendência dos Portos do Rio Grande do Sul, Bruno Almeida, acrescenta que, além dessas áreas iniciais, há outros terrenos que mais adiante poderão ser arrendados somando no total aproximadamente 2 milhões de metros quadrados. “A mudança é que o porto não precisará fazer a gestão desses espaços e sim algum operador portuário ou empresa interessada”, complementa Estima.
O ministro da Infraestrutura enfatizou que a dragagem recoloca o porto gaúcho na rota do comércio internacional e permite que seja um concentrador de cargas. Por sua vez, o governador comentou que, a partir do próximo ano, a ideia é que seja feita uma dragagem permanente do complexo, que será bancada através de recursos de tarifas portuárias. A perspectiva é desembolsar de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões, anualmente. Leite adianta ainda que o governo do Estado está encaminhando uma equalização da tributação para a importação feita pelo porto de Rio Grande para tornar mais atraente a entrada de cargas pelo Rio Grande do Sul.
2020-10-27 00:00:00