A chuva será frequente nesta semana no Rio Grande do Sul como raramente se viu durante os últimos meses, quando o tempo firme predominou com precipitações muito abaixo da média que levaram a um quadro de estiagem forte a severa que deixa mais de 400 municípios hoje em situação de emergência com prejuízo de dezenas de bilhões de reais na agricultura e perdas maciças no campo gaúcho.
Uma massa de ar quente e úmido vai predominar sobre o território gaúcho na primeira metade desta semana, favorecendo pancadas de chuva todos os dias na maioria das regiões do Estado. Serão pancadas que ocorrem principalmente da tarde para a noite, mas em algumas cidades já ocorrem entre a madrugada e de manhã.
Como a instabilidade será de natureza convectiva, portanto associada ao ar quente e úmido, a chuva será mal distribuída e irregular, o que vai trazer uma grande variabilidade de volumes de um ponto para outro. Como se viu ontem na Grande Porto Alegre, onde alguns bairros da cidade de Gravataí tiveram em apenas uma hora metade da média de chuva de todo o mês enquanto em outros pontos da área metropolitana mal choveu.
Isso ocorre porque sob o ar quente e úmido se formam nuvens de desenvolvimento vertical, as famosas nuvens carregadas, que são capazes de despejar volumes de chuva muito altos em curto período em uma localidade e em locais próximos pouco ou nada chove. Estas nuvens são conhecidas ainda por produzir temporais localizados, o que se espera nesta primeira metade da semana em diferentes regiões. Ontem, por exemplo, caiu granizo em parte de Gravataí e na Lomba do Pinheiro, bairro da zona Leste de Porto Alegre limítrofe com Viamão.
Mesmo que a chuva seja irregular e mal distribuída, a sequência de dias com instabilidade vai permitir que os acumulados de precipitação nesta semana no Rio Grande do Sul e em diversas áreas de Santa Catarina e do Paraná sejam razoáveis e em diferentes cidades até elevados. O mapa abaixo mostra a projeção de chuva para sete dias do modelo meteorológico alemão Icon, disponível ao assinante na seção de mapas do site.
E como vai ser a chuva nesta semana dia a dia? Hoje, domingo, pancadas isoladas de chuva atingem a maioria das regiões no decorrer do dia, especialmente da tarde para a noite. Já na manhã deste domingo algumas áreas registravam precipitação. Amanhã, o cenário se repete com chuva em grande parte do Rio Grande do Sul e mais volumosa no Sul gaúcho por conta da instabilidade mais intensa sobre o Uruguai.
Na terça, a instabilidade afeta mais o Centro, o Oeste e a Metade Norte gaúcha enquanto no Sul gaúcho o tempo seco predomina. Na quarta, a chuva volta a atingir grande número de locais da geografia gaúcha. Na quinta, a instabilidade passa a ter uma outra causa com o avanço de uma frente fria que trará chuva mais ampla e temporais. Na sexta-feira, a chuva deve se concentrar mais na Metade Norte. Aliás, na Metade Norte, os dados indicam que a quinta e a sexta seriam os dias com os maiores volumes.
Você observa esta sequência de dias com o posicionamento da instabilidade e os acumulados diários de precipitação nos mapas acima. Eles mostram a tendência de chuva e volumes, de acordo com o modelo meteorológico alemão Icon, entre este domingo e a sexta-feira. Atente como deve chover todos os dias no Rio Grande do Sul, mas que as precipitações conforme a data devem ser mais ou menos volumosas em diferentes regiões da geografia gaúcha.
Porto Alegre e região metropolitana têm possibilidade de registro de chuva todos os dias até a sexta-feira. Ontem já choveu na Grande Porto Alegre, hoje chove de novo, e nesta segunda-feira é alta a probabilidade de chover. A chance de chuva diminui na terça, apesar de não descartada, e aumenta novamente na quarta com previsão de instabilidade também na quinta e talvez ainda na sexta-feira com o avanço da frente fria.
A chuva desta semana não acaba com a estiagem. O déficit de precipitação acumulado durante os últimos meses no Rio Grande do Sul é significativo, o que dificilmente acaba revertido em apenas uma semana, mas o cenário de precipitação desta semana deve trazer algum alívio. É chuva que teria sido muito bem-vinda no final do ano e em janeiro, quando as perdas no campo tomaram proporção, mas que neste momento pode até prejudica a colheita da safra já reduzida pela falta de chuva.
2022-03-06 11:06:05