Um sistema de monitoramento e informação sobre abelhas foi apresentado e debatido durante reunião virtual, com participação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Apicultura do Estado. Representantes de universidades gaúchas falaram sobre a importância de pensar na conservação da biodiversidade como um todo no Rio Grande do Sul.
A professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Betina Blochtein mostrou o projeto feito em conjunto com diversas entidades, que tem previsão de ser executado em até cinco anos. De acordo com a bióloga, o monitoramento será feito em quatro polos do Rio Grande do Sul: Depressão Central (Eldorado do Sul, Estrela e São Gabriel), Noroeste (Ijuí e Cerro Largo), Nordeste (Vacaria, Cambará do Sul e São Francisco de Paula) e Sul (Pelotas).
Seis eixos temáticos serão debatidos ao longo do período. A pesquisadora acrescentou que algumas colmeias de abelhas serão monitoradas em tempo real. “E amostras de material das colmeias serão coletadas várias vezes ao longo do ano, a fim de controlar resíduos de agrotóxicos e também a presença de parasitas ou doenças nas abelhas”, completou.
O engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Aroni Sattler, abordou a apicultura migratória e ressaltou a importância de fazer o monitoramento das abelhas no Estado. Conforme o pesquisador, há quatro pontos estratégicos em cidades do Interior para o monitoramento: Vacaria, Colorado, Cambará do Sul e Eldorado do Sul. “Em Cambará do Sul, por exemplo, há uma área com reservas ambientais e um bioma especial. E em Colorado, nas culturas de inverno, o uso de defensivos agrícolas dentro dos pomares é ruim para o serviço de polinização”, explicou.
Outro ponto discutido durante o encontro foi a avaliação da safra de mel 2020 e impactos da Covid-19 no consumo. O presidente da Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fargs), Anselmo Kuhn, comemorou a alta nos produtos como mel e própolis durante a pandemia do novo coronavírus. “Os preços dos produtos aumentaram devido à grande procura. Nossas expectativas para o setor são as melhores possíveis”, disse
Até agora, o Brasil já exportou 25.581 toneladas de mel, sendo 78% para os Estados Unidos. No total, os produtores conseguiram cerca de US$ 58 milhões (R$ R$ 208 milhões). Depois dos norte-americanos, as melhores exportações são para a Alemanha e Austrália.
Fonte: Jornal do Comércio – Cidades
2020-09-14 03:00:00