Ecos do tempo – 164
Relíquia fotográfica…
Nesta mina sem fim, chamada Net, por vezes, encontramos pepitas que reluzem como se douradas fossem. Ontem, à noite, num desses acasos da sorte, encontrei uma: essa nonagenária foto. Das muitas, batida por esse dinâmico fotógrafo Fritz, que as assinava, senão ficariam anônimas à eternidade, e demarcando a ocasião de modo inequívoco.
Aqui vemos, naquela terça-feira de 27/11/1928, a construção da ponte a se aproximar da metade dos seus nove arcos. Como se observa, eles foram moldados em madeira sobre o aterro pedregoso e a estrutura ainda se mantinha. O Pai, então auxiliar de Carpinteiro, deve ter serrado umas quantas tábuas, nos seus três anos de atividade, entre milhares de outros anônimos e que nos legaram essa obra-de-arte. Pela luminosidade e pelo ângulo é uma imagem vespertina e deve ter sido obtida desde um barco, com o rio revolto atrapalhado câmera e fotógrafo.
Ao fundo, percebem-se prédios que estavam e permanecem, outros, desapareceram na voracidade do futuro, como a chaminé da Usina Eléctrica Municipal e o velho Hotel Susini, substituído pelo seu congênere Sinuelo, em fins da década de sessenta. A se destacar que a aduana brasileira, contrária à uruguaia, foi assentada sobre o leito do rio, modificando sua margem, por aterro portentoso.
Ao Fotógrafo Fritz, onde se encontrar, endereço o nosso respeito e a nossa gratidão.