Em mensagem ao público, o Presidente do Uruguai, em conjunto com autoridades da Saúde e membros do Gabinete, informou sobre as novas medidas de enfrentamento ao coronavírus.
Teletrabalho em repartições públicas, suspensão da atividade esportiva em locais fechados, aumento dos controles aos transportes públicos, horários dos bares e estrito controle de pessoas não autorizadas são as medidas obrigatórias anunciadas pelo presidente Lacalle Pou para conter o avanço do COVID-19. Também foram emitidas medidas recomendadas para o teletrabalho no setor privado e a realização de pequenos encontros sociais.
Todas as medidas anunciadas nesta terça-feira 1º entrarão em vigor a partir de 2 de dezembro e irão até o dia 18 do mesmo mês.
Além das restrições mencionadas, acrescenta-se o cancelamento dos eventos de fim de ano em centros educacionais, informou o presidente em coletiva de imprensa realizada na Torre Executiva, em conjunto com o Ministro da Saúde Pública, Daniel Salinas, e os integrantes do Grupo Assessor Científico Honorário (GACH) Rafael Radi, Henry Cohen e Fernando Paganini.
Também acompanharam o presidente na conferência: o Secretário da Presidência, Álvaro Delgado; o promotor, Rodrigo Ferrés; o diretor da Secretaria de Planejamento e Orçamento (OPP), Isaac Alfie; e os ministros da Defesa Nacional, Javier García; do Interior, Jorge Larrañaga; e Trabalho, Pablo Mieres. Também estiveram presentes: o Subsecretário de Saúde Pública, José Satdjian; o Secretário Nacional do Esporte, Sebastián Bauzá, e o Presidente da Administração Estadual de Serviços de Saúde (ASSE), Leonardo Cipriani; e o presidente da Administração Nacional de Educação Pública (ANEP), Roberto Silva.
“Não queremos ser complacentes com a situação atual. Há um crescimento exponencial ”, admitiu Lacalle Pou. O objetivo das medidas é frear o crescimento dos casos, para os quais apelam, mais uma vez, ao comportamento solidário da população.
As medidas obrigatórias incluem a implementação do teletrabalho em repartições públicas, desde que não seja comprometida a qualidade essencial dos serviços. Outras ações incluem o fechamento de atividades esportivas em academias e locais fechados, e o fechamento de bares e restaurantes após a meia-noite, além de penalidades financeiras por não conformidade.
O respeito estrito também foi estabelecido para as medidas atuais de transporte urbano, suburbano e departamental, e controle estrito das partes autorizadas pelo protocolo atual.
Lacalle Pou destacou que o seu não cumprimento possibilitará uma sanção econômica de duas unidades ajustáveis (UR) por pessoa que permanecer nas instalações. No caso de festas não realizadas conforme protocolo, além das sanções econômicas, serão acrescidas as correspondentes denúncias criminais. Sobre este ponto, o presidente anunciou que o secretário da Presidência, Álvaro Delgado, se comunicará com os governos departamentais e com o Congresso dos Prefeitos.
No que se refere à educação, disse que está descartada a suspensão das aulas do ensino básico, secundário e UTU, embora tenham sido cancelados os actos de fim de ano.
Em relação às medidas recomendadas, Lacalle Pou elencou que o uso voluntário do teletrabalho é incentivado por empresas privadas em todo o país, recomenda-se a realização de encontros sociais reduzidos, com medidas de distanciamento, máscara facial e ventilação, não superior a duas horas de duração. Insiste em evitar todo tipo de aglomeração em espaços públicos, “o que certamente está afetando infecções”, reconheceu.
Em caso de suspeita de contato com alguém afetado pela COVID, as autoridades recomendam a quarentena voluntária e a solicitação médica correspondente.
Aumento exponencial em casos
O integrante do GACH, Fernando Paganini, informou que desde a última entrevista coletiva, em 5 de novembro, se constatou um agravamento da situação, que se acentuou no mês passado, com um crescimento exponencial de casos que colocam em risco a permanência no a zona amarela em termos de controle da pandemia, segundo os critérios de Harvard. O número de casos dobra na ordem de quinze dias e, se essa tendência continuar, a média semanal de casos diários pode passar de 300 para entrar na zona laranja no final do ano.
O impulso está registrado na região metropolitana de Montevidéu, com múltiplos surtos de disseminação, o que dificulta aos rastreadores do Ministério da Saúde Pública o acompanhamento do traçado epidemiológico da COVID-19. Por isso, é necessário um “claro reforço do controle da epidemia”, indicou, e reafirmou que agora o objetivo é travar o crescimento.
As medidas serão avaliadas no dia 18 de dezembro
Na sexta-feira, dia 18, o Governo fará um balanço da situação de emergência sanitária e analisará a necessidade de adoção de medidas mais extremas. Nesse cenário indesejado, Lacalle Pou alertou que não só a saúde seria afetada, mas também a economia e o trabalho. Ele lembrou que o número de pessoas com seguro-desemprego é de 90.000 e passou de 48.000 para um pico de 197.000.
Em relação à vacina de combate ao coronavírus COVID-19, Lacalle Pou reiterou que não está definido qual será a que nosso país irá adquirir. Anunciou que a sua aplicação não será obrigatória e acrescentou que o plano de vacinação disponibilizado pelo Governo prevê o segundo trimestre de 2021 como horizonte.
2020-12-01 21:43:49
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