Uma frente fria vai avançar entre hoje e amanhã pelos três estados do Sul do Brasil, colocando fim à onda de calor de duas semanas que trouxe marcar recordes. O sistema frontal trará chuva no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no Paraná com risco alto de temporais em algumas cidades, repetindo o que ocorreu nos últimos dias que tiveram tempestades – algumas severas – em diversas localidades.
O mapa acima mostra a projeção de chuva do modelo WRF da MetSul, disponível ao assinante na seção de mapas com duas atualizações diárias, até 9h da sexta-feira. Observa-se a tendência de a chuva ser muito irregular no Sul do país.
Atente como o mapa está extremamente “manchado” com enorme número de pontos isolados em que os volumes são muito altos e outros tantos, próximos, em que os acumulados de precipitação são baixos ou nulos.
Isso significa que a chuva na passagem desta frente fria vai ser muito irregular e com uma enorme variabilidade de volume. Dentro de uma mesma região haverá cidades em que pode chover muito e outras com acumulados baixos. Estes volumes altos localizados devem acompanhar principalmente temporais.
Ressalvamos que modelo é uma ferramenta de previsão por computador e não prognóstico final que tem intervenção de meteorologista, portanto é muito possível que alguns locais do Rio Grande do Sul que o WRF nada indica de chuva (em branco no mapa) venham a registrar sim precipitação e que os acumulados sejam superiores ou muito superiores ao indicado pelo modelo para locais em que indica menos de 15 mm (em azul).
Sobressai no mapa a tendência de esta frente fria trazer mais chuva para Santa Catarina e o Paraná que no estado gaúcho. O Paraná, em especial, deve registrar chuva volumosa em muitos pontos com a chegada e a atuação do sistema frontal. Volumes altos a muito altos devem ser esperados no território paranaense com acumulados excessivos em diversas localidades.
Serão vários dias seguidos com chuva no Paraná, uma vez que o sistema deve ficar estacionário, o que deve levar a volumes acima de 100 mm em muitos municípios paranaenses com acumulados em algumas cidades até perto ou acima de 200 mm, e isoladamente com marcas de 250 mm ou 300 mm ou mais, o que pode trazer alagamentos, inundações e subida de rios.
No Rio Grande do Sul, a chuva atinge já alguns pontos nesta manhã mais ao Sul e alcança a maioria das regiões da tarde para a noite. Amanhã, quinta, a instabilidade se concentra mais na Metade Norte enquanto pelo Oeste e o Sul o tempo deve melhorar com ingresso de ar mais seco e frio.
Os volumes de chuva na Metade Norte na quinta podem ser localmente elevados e não se descarta chuva forte em regiões como o Planalto Médio, os vales, o Alto Jacuí, Missões, Noroeste e talvez até na Grande Porto Alegre. O modelo meteorológico europeu em repetidas saídas vem indicado o risco de chuva forte para a região metropolitana da capital gaúcha.
A chuva desta frente fria não vai significar o fim da estiagem no Rio Grande do Sul porque não será um único sistema meteorológico que compensará o déficit de precipitação acumulado por meses, mas espera-se pelo menos um relativo alívio em diversas cidades.
A região que vai ser mais beneficiada e onde a chuva deve colocar fim à fase mais aguda da estiagem, ao menos por enquanto, é o estado do Paraná que terá chuva muito volumosa em grande número de municípios. (Com foto de capa de Ana Luísa Weigert/Arquivo)
2022-01-26 07:36:59