O mês de dezembro marca o começo do chamado verão climático que compreende o trimestre de dezembro a fevereiro assim como o início do verão astronômico que terá início às 12h59 do dia 21 de dezembro. É um mês importante para o comércio que pelo período de festas tem uma alta nas suas vendas assim como no turismo pelas viagens de fim de ano e na agricultura que avança com a safra de verão.
Dezembro começa pelo segundo ano seguido com o fenômeno La Niña atuando. Neste século, somente houve dois dezembros consecutivos com o Pacífico Equatorial sob Niña em 2007 e 2008, 2010 e 2011, e 2016 e 2017. Assim, produtores rurais que mantêm históricos de chuva em suas propriedades podem verificar o que ocorreu em 2008, 2011 e 2017 como uma referência do que se pode esperar do ponto de vista da analogia.
O mês, historicamente, marca aumento expressivo no número de dias de calor no Rio Grande do Sul e dos volumes de chuva no Sudeste do Brasil. Observe o que ocorre em duas capitais. Em Porto Alegre, por exemplo, a máxima média histórica de dezembro é de 29,5ºC, somente atrás das médias máximas de janeiro (30,4ºC) e de fevereiro (30,0ºC). Na cidade de São Paulo, a chuva em dezembro tem média de 224,4 mm, a terceira mais alta média de precipitação mensal, apenas superada pela de janeiro (288,2 mm) e fevereiro (246,2 mm).
A chuva é mais abundante nesta época do ano no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil por uma condição chamada de Zona de Convergência do Atlântico Sul, um corredor de umidade que vem da Amazônia e vai até o Sudeste que persiste por vários dias com chuva frequente e volumosa, geralmente desencadeado por uma frente fria.
Chuva em dezembro
Novembro terminará com chuva abaixo da média em quase todo o Sul do Brasil e na maior parte do Mato Grosso do Sul e São Paulo ao passo que muitas áreas do Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais encerrarão o mês com precipitação superior à média histórica.
Em dezembro, por sua vez, o quadro não muda muito. A maior parte do Sul do país tende a ter chuva mais uma vez abaixo da média por influência do fenômeno La Niña. Áreas do Mato Grosso do Sul e de São Paulo também devem ter precipitação abaixo dos padrões históricos, entretanto, diferentemente de novembro, haverá locais em que a chuva deve ficar acima da média. No Centro-Leste de Minas Gerais, no Norte do Rio de Janeiro e no Espírito Santo, a chuva deverá ficar acima da média com excessos localizados.
O mapa acima mostra a projeção de anomalia de chuva do modelo europeu para dezembro. No caso do Rio Grande do Sul, mais um mês com chuva abaixo da média (o que é diferente de ausência de chuva) deve ter repercussão na agricultura. A produção de milho deve ter estresse e se ressentir da falta de água em diversos municípios. Com dias mais quentes e chuva abaixo da média, acelera-se a perda de umidade do solo.
A chuva no Centro-Sul do Brasil varia muito de um ponto para outro nesta época do ano devido à natureza das precipitações, de origem convectiva pelo calor e a umidade. Por isso, temporais isolados podem trazer volumes muito altos de chuva em curto período em pontos isolados que contribuem enormemente para esta variabilidade de acumulados e que ao final do mês geram “ilhas” de chuva acima da média dentro de uma região com chuva abaixo da média. Estes temporais não raro são intensos com ocorrência de vendavais.
Temperatura em dezembro
A previsão da MetSul é de temperatura próxima ou um pouco acima da média na maior parte do Centro-Sul do Brasil com possibilidade de algumas anomalias negativas em áreas em que o mês será mais chuvoso no Centro-Oeste e no Sudeste. O mapa abaixo mostra a projeção para dezembro de anomalia de temperatura do modelo europeu.
A maior probabilidade de temperatura acima a muito acima da média é no Rio Grande do Sul, em particular no Oeste e no Sul gaúcho. Tanto pelo baixo número de dias de chuva como pela presença de ar muito quente no Centro da Argentina e no Uruguai.
Com períodos secos, áreas do estado gaúcho podem enfrentar sequências de dias muito quentes com caracterização de ondas de calor em que a temperatura pode ficar perto ou acima de 40ºC em alguns dias, notadamente mais a Oeste. Dias amenos ou agradáveis, que foram mais comuns que o normal até agora nesta primavera, tendem a ficar mais raros.
2021-11-28 11:26:43