
A primavera até então foi caracterizada por chuvas abaixo do esperado, condição esta provocada principalmente pela ausência da atuação da Oscilação de Madden-Julian (MJO) e pela não resposta da atmosfera aos estímulos da Oscilação Antártica (AAO). A princípio, essas condições em relação às oscilações pode ter ocorrido devido ao período de monções mais intenso na Ásia.
#Clima
Até o momento as distribuição de chuvas no Brasil vem representando bastante um cenário de #LaNina, claro que com a contribuição das oscilações Antártica e de Madden-Julian, que neste mês de Novembro voltaram a ser bastante influentes. pic.twitter.com/WzjIyTZZQT— Tiago C. Robles (@tiagocrobles) November 16, 2020
Com o término do período de monções, a MJO passou a oscilar e a atmosfera passou a responder melhor a AAO nesta primeira quinzena de Novembro, que juntamente sob uma condição de La Niña, as chuvas se concentraram mais no Centro-Norte do país resultando em acumulados acima da média para o mês em parte da Região Norte e boa parte do Nordeste.
As oscilações Antártica (AAO) e de Madden-Julian (MJO)
Como já tratado anteriormente, os fatores climáticos AAO e MJO passaram a ter maior influência durante as duas primeiras semanas do mês e para a próxima quinzena. Analisando primeiramente o comportamento da AAO, se espera que, com a manutenção do índice em valores negativos, haja a manutenção da atuação de sistema frontais, baixa pressões e ciclones no Brasil. A leve tendência positiva até o final do mês traz uma condição mais úmida para o Centro-Sul.
#Clima
A tendência negativa e manutenção em valores negativos, próximos de uma neutralidade da AAO, contribuem para a atuação frequente de sistema de chuvas no Brasil. No caso da MJO, esta semana a oscilação se mantém em uma fase favorável (fase 2) à atividade convectiva. pic.twitter.com/6iVBpLCtK5— Tiago C. Robles (@tiagocrobles) November 16, 2020
Em relação à MJO, a oscilação se mantém na fase 2 favorável à atividade convectiva durante essa semana, o que contribui para a ocorrência de chuvas no Centro-Norte. Já para a última semana do mês, a MJO entra em neutralidade. Esse comportamento está representado por dois diagramas de fase: um do modelo ECMWF e outro do NCEP.
Em resumo, para a próxima semana as chuvas se concentram no Centro-Norte do país, incluindo a Região Sudeste, com maiores volumes para as regiões Norte e Nordeste e a possível formação de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Já para última semana, se espera um migração das chuvas para o Centro-Sul, também atingido o Sudeste.
Anomalias de precipitação para os próximos 15 dias
O modelo climático Climate Forecast System Version 2 (CFSv2) está prevendo um padrão de distribuição bastante coerente e muito próximo do esperado em relação ao que se espera das influências dos fatores AAO e MJO.
#Clima
Para as próximas semana de #Novembro, as chuvas se distribuem de forma distinta, sendo durante esta semana, mais concentradas no Centro-Norte, não descartando eventos de chuvas no restante do país, e na última semana do mês, mais voltadas para o Centro-Sul. pic.twitter.com/dPOHv8sE1O— Tiago C. Robles (@tiagocrobles) November 16, 2020
Os mapas de anomalia de precipitação mostram chuvas mais concentradas no Centro-Norte do país para a terceira semana de Novembro, com destaque para as regiões Norte e Nordeste onde são esperados os maiores acumulados. Durante a última semana do mês, as chuvas passam a ocorrer mais no Centro-Sul, com alta probabilidade de atingir boa parte da Região Sul. No entanto, as chuvas podem não ocorrer durante todo o período.
2020-11-16 06:39:59