A Polícia Civil do RS e de SP, por meio da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas/RS e 11ª Delegacia de Polícia de Campinas/SP, com o apoio da 2ª Delegacia Seccional de Campinas, deflagrou nesta quinta-feira (26/09) a Operação Justa Causa. O objetivo da ação é desarticular associação criminosa voltada à prática de crimes de estelionato por meio virtual e associação criminosa, com atuação em todas as Unidades da Federação, que vitimou em torno de 470 pessoas.
Trata-se de uma operação interestadual contra os crimes de estelionato e associação criminosa, conhecido como “golpe do falso funcionário do banco”. Até o momento, 11 pessoas foram presas, sendo duas das prisões em flagrante delito. A quantia de 21 mil reais em espécie, comprovantes e envelopes de depósitos, documentos, celulares e outras provas que tornam incontestável a participação dos indivíduos na seara dos crimes investigados também são resultado da ação desencadeada hoje.
As ordens judiciais foram cumpridas em Campinas, Hortolândia e na Capital Paulista, entre mandados de prisões temporárias e mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens móveis e bloqueios de contas bancárias deferidos pelo Juízo Criminal da Comarca de Canoas/RS.
O Crime:
O modo de atuação dos criminosos consiste em se passar por funcionários (gerentes) de instituições bancárias, através de ligação utilizado o “spoofing” de números de telefone, sistema que faz com que o identificador de chamadas exiba um número diferente da chamada, fazendo com que a vítima acredite que o contato seja da instituição financeira pela qual os infratores estão se passando.
Primeiramente, o golpista afirma que teria sido realizada uma compra suspeita em nome da vítima, pedindo que seja confirmada a suposta transação bancária. Após a vítima refutar a referida compra, o criminoso solicita que seja acessado o aplicativo do banco pela vítima e realizadas algumas transações (transferências via PIX, empréstimos bancários, entre outros) sob a alegação de que seriam para cancelar as supostas compras indevidas, tudo através de chamada de voz do gerente da vítima.
No dia 25 de julho de 2024, o grupo criminoso, ora investigado, vitimou uma moradora da cidade de Canoas, a qual sofreu um prejuízo financeiro de 55 mil reais.
A partir da identificação dos suspeitos beneficiados com as transações bancárias realizadas pela vítima, constatou-se que se trata de uma associação criminosa com núcleo estabelecido no Estado de São Paulo. Ademais, tomou-se conhecimento após diligências de localização dos alvos que existia uma investigação em trâmite perante à Polícia Civil de São Paulo, no bojo da qual foram presos em flagrantes, no dia 15 de agosto de 2024, sete dos alvos investigados por esta 3ªDP/Canoas.
Para o Diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana/Canoas, Delegado Cristiano Reschke, a desarticulação de grupos criminosos que atuam nessa espécie de estelionatos passa pela cooperação interestadual entre as Polícias Civis e destaca: “a virtualização dos golpes e o distanciamento territorial entre criminosos e vítimas traz um elemento a mais a dificultar a investigação e favorecer a migração de criminosos para essas modalidade de golpes. Nos cumpre aprimorar técnicas e atuar em rede contra esses grupos, pois para se ter uma ideia da dimensão do alcance dos danos causados é importante considerar que esses indivíduos presos hoje são responsáveis por quase 500 golpes em diversos Estados no Brasil”.
2024-09-26 06:01:00