Uma iniciativa protagonizada pela secretaria municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade de Santa Cruz do Sul tem o propósito de conscientizar a população para a preservação do planeta e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade da alimentação das comunidades mais vulneráveis. Trata-se do Troca Solidária, que começa pequeno, como um projeto piloto, mas que promete alcançar grandes proporções.
Nesta primeira edição, 500 quilos de alimentos adquiridos pela prefeitura junto a agricultores familiares locais foram disponibilizados. Cada quatro quilos de papel, metal, papelão, vidro e/ou plástico ou uma garrafa pet com dois litros de óleo vegetal usado deram direito a um quilo de alimento. Nas sacolas, uma variedade de frutas e legumes como laranja, beterraba, brócolis, batata-doce ou aipim descascado e congelado. Cada aluno ou familiar que chegava já ia entregando os materiais para pesagem. Duas balanças foram instaladas, uma para resíduos e outra para os alimentos.
Para a engenheira ambiental Gabriela Ottmann, diretora de Meio Ambiente do município, o objetivo do Troca Solidária é melhorar a qualidade da alimentação das populações em vulnerabilidade e também conseguir tirar dos aterros os recicláveis, de modo a reintroduzi-los novamente na cadeia produtiva. “Queremos trabalhar com a comunidade a necessidade de separar o lixo dentro de casa. Cada resíduo que a gente separa e encaminha para a reciclagem é um resíduo a menos nos aterros”, explicou.
A ação resultou em 1.500 quilos de resíduos recolhidos e 100 litros de óleo vegetal. O material foi todo entregue para os trabalhadores da Cooperativa de Catadores e Recicladores (Coomcat), que farão a comercialização, garantindo o sustento de dezenas de famílias que sobrevivem da reciclagem.
O projeto foi construído a partir de uma iniciativa protagonizada pela prefeitura de Curitiba. Em março deste ano, o secretário municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Jaques Eisenberger, esteve no município para uma visita técnica e se encantou com o que viu. “Lá é um pouco diferente, o projeto é mais antigo e acontece uma vez por semana em cada comunidade. Eles colocam caminhões, um carregado de alimentos e o outro para recolher os resíduos. É muito interessante porque envolve a comunidade e chegam a se formar grandes filas no dia da troca”, explicou.
O secretário esclarece que, em Santa Cruz do Sul, a ideia foi começar pela comunidade escolar e aos poucos ampliar para o restante da população. “Temos planos de realizar eventos até mesmo em praças de lazer para envolver cada vez mais pessoas”, disse ele. A Escola Bom Jesus, que já possui um biodigestor e hoje caminha para ser considerada referência em questões ambientais, foi a instituição escolhida para o pontapé inicial. Muitas famílias carentes possuem os filhos matriculados na escola, o que também foi decisivo para a escolha.
Duas outras edições do projeto já têm data marcada para acontecer e para 2022 um cronograma já está sendo elaborado. No dia 19 de novembro será a vez da Escola Menino Deus se engajar na iniciativa e no dia 10 de dezembro o encontro é no Colégio Harmonia.
Fonte: Jornal do Comércio – Cidades
2021-11-01 03:00:00