Um projeto da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) vai receber o aporte de quase R$ 18 milhões para instalação de eletropostos de recarga rápida para veículos elétricos, ao longo de 905 quilômetros no Estado. Em outubro deste ano, a ação foi contemplada na chamada de Pesquisa e Desenvolvimento Estratégico da Agência Nacional de Energia Elétria (Aneel), voltada para soluções de mobilidade elétrica eficiente.
Em execução desde 2019, o projeto objetiva instalar eletropostos nas cidades de Torres, Porto Alegre, Camaquã, Pelotas, Jaguarão, Rio Grande e Chuí, possibilitando conexão do Brasil ao Uruguai e Argentina. A professora e coordenadora do projeto, Alzenira da Rosa Abaide, explica que o Rio Grande do Sul não possui infraestrutura para uma mobilidade elétrica eficiente e por esse motivo, o projeto propõe-se a implantar o primeiro corredor elétrico do estado, composto de estações de recarga rápida e semirrápida, estrategicamente alocadas para recarregar os veículos que proporcionarão, também, conexão internacional com países do Mercosul.
“Para que possamos viajar nesses trajetos, precisamos ter distâncias de no máximo 130 quilômetros entre eletropostos ou estações de recarga de estrada rápidas. No caso do Rio Grande do Sul, não temos nenhuma rota preparada, somente estações de recarga em shoppings e algumas específicas. O que pretendemos é prover o estado de uma eletrovia de norte a sul com estações de recarga rápida, isso significa de 15 a 30 min para ter o veículo totalmente abastecido.”, destaca a coordenadora.
Em relação às ligações com países do Mercosul, no Uruguai já existe uma rota de recargas elétricas. A partir do país vizinho, será possível chegar a Buenos Aires, na Argentina, através da travessia do Estuário do Prata. No Brasil, em Torres, no Litoral Norte, existirá conexão com a rota de Santa Catarina da Centrais Elétricas de Santa Catarina. A partir de lá será possível ir ao Paraná e acessar a Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
Além disso, o projeto também vai desenvolver uma interface para monitorar os eventos de recarga em tempo real, o status das estações e dos veículos conectados, além de estabelecer um perfil brasileiro sobre o uso desse tipo de transporte. A partir das funcionalidades do protocolo de comunicação é possível conhecer a demanda por mobilidade, aspectos tributários, viabilidades logísticas e estudar estratégias de controle de carregamento.
A coordenadora do projeto explica que tais estudos são fundamentais para o conhecimento daqueles que vão utilizar a rota e para um melhor desempenho da mesma. “Para a universidade, este projeto contribui para o aperfeiçoamento dos pesquisadores e formação técnico-científica dos bolsistas por meio de pesquisas e análises práticas”, finaliza Abaide.
O financiamento do projeto é composto por R$ 13,77 milhões de responsabilidade da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) e R$ 4,17 milhões serão investidos por entidades parceiras. A equipe é composta por pesquisadores, além de doutorandos, mestrandos e alunos de iniciação científica que desenvolvem suas pesquisas sobre o tema do projeto.
Fonte: Jornal do Comércio – Cidades
2020-10-27 03:00:00