Para viabilizar a hidrovia Brasil-Uruguai (também chamada de hidrovia do Mercosul), será necessário dragar segmentos dos canais Sangradouro e São Gonçalo e possibilitar a conexão entre as lagoas Mirim e dos Patos. O orçamento para a dragagem e sinalização ainda não está definido, no entanto estimativas apontam a necessidade de um investimento na ordem de R$ 100 milhões. O desembolso será feito pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
O diretor-presidente da Hidrovias RS, Wilen Manteli, enfatiza que, efetivando o transporte pela lagoa Mirim, será possível potencializar a utilização das demais hidrovias no entorno. Ou seja, a movimentação de cargas naquela área também favorecerá o transporte pela lagoa dos Patos e pelos rios Taquari e Jacuí, por exemplo.
O dirigente frisa que o Norte do Uruguai possui mais de 800 mil hectares para cultivar soja, milho e outras culturas agrícolas. “Mas, não adianta eles produzirem e mandar para portos distantes, tirando a competitividade dos produtos”, argumenta Manteli. Segundo ele, o complexo portuário mais próximo daquela região é o de Rio Grande e para acessar a estrutura é necessário viabilizar a ligação pela lagoa Mirim.
No sentindo inverso, o diretor-presidente da Hidrovias RS salienta que se abre a oportunidade para que fertilizantes que chegam a Rio Grande possam ingressar no Uruguai também pela lagoa Mirim. Ele lembra ainda que o transporte hidroviário é mais seguro e ajuda a tirar vários caminhões das estradas. “É um ganha-ganha”, resume.
Outro ponto importante citado por Manteli é a dragagem da hidrovia Interior do Rio Grande do Sul. A iniciativa abrangerá locais como os canais da Feitoria, na Lagoa dos Patos, Leitão, Pedras Brancas, Itapuã, no Guaíba, Furadinho e no Delta do Jacuí. O dirigente ressalta que a Portos RS (empresa pública responsável por administrar o sistema hidroportuário no Estado) informou que a conclusão dessa ação está prevista para ocorrer antes do próximo verão.
O investimento no empreendimento é estimado em aproximadamente R$ 60 milhões. Para o diretor-presidente da Hidrovias RS, os serviços de dragagem deveriam ser prestados de maneira permanente como uma forma de sempre deixar o modal adequado para o transporte de cargas.
Fonte: Jornal do Comércio – Economia
2023-08-08 15:49:00