Situada no extremo meridional do Brasil, na Costa Doce Gaúcha e na fronteira com a República Oriental do Uruguai, o município é conhecido por seus sítios arquitetônicos, que constituem um acervo considerado sem similar em número e estado de conservação no Rio Grande do Sul.
Em destaque estão os refinados casarões elaborados nos últimos decênios do século XIX e princípios do século XX, período que demarca a fase áurea da construção civil local. O município foi emancipado em 1855 e conta com cerca de 26.600 habitantes. A ponte Barão de Mauá faz a ligação com a cidade de Rio Branco, no departamento de Cerro Largo no Uruguai.
A denominação de Jaguarão se deu em função do rio homônimo, que cruza a zona fronteiriça, onde foi erguido o município. O Rio Jaguarão nasce próximo à cidade gaúcha de Bagé e deságua em território uruguaio, na Lagoa Mirim. Diferentes explicações são atribuídas à origem da denominação do município. Uma possível gênese indica o aumentativo português de uma palavra derivada da língua tupi, que significa onça, em alusão ao animal felídeo que era encontrado, com exceção da região andina, em todo o continente americano, desde o sudeste dos Estados Unidos da América. Porém, uma versão mais corrente envolve uma lenda indígena.
JAGUA-RU era como chamavam, guaranis pampianos, a um monstruoso animal, que tinha corpo de lobo marinho e cabeça e patas armadas de garras de tigre, com o porte aproximado de um cervo ou cavalo pequeno.
O terrível ser fazia escavações em barrancas, perto das margens onde os índios trabalhavam, e provocava o desmoronamento das terras, fazendo com que pessoas ou animais que se aproximassem do local fossem lançados às águas e se tornassem suas presas. Ao atacar, arrastava os corpos e extraía apenas os pulmões das vítimas, jogando o que restasse novamente no rio. Resistindo a todas investidas e armadilhas criadas para a sua captura, o Jagua-ru permanece circunscrito, até os dias de hoje, no imaginário popular.
De acordo com a professora de turismo da Unipampa, Juliana Rose Jasper, que é natural do Vale do Taquari, mas reside há 12 anos na cidade, Jaguarão é um local acolhedor e atraente. “Um povo muito hospitaleiro, que recebe bem a todos. Locais como o Mercado Público, o Teatro Municipal e a Ponte Barão de Mauá são pontos de referência e de beleza arquitetônica e histórica para se conhecer”, destaca.
Texto: Alício de Assunção
turismo@independente.com.br
Fonte: Rádio Independente